O carro era a vida do cidadão. Mantinha-o lavado, encerado, devidamente polido, lubrificado e guardado na garagem coberta, coberto por uma manta. Tamanho zelo despertava o ciúme dos filhos e, não raro, a ira da mulher.
A gota d’água veio com a chuva que o impediu de buscar a esposa no médico. Mulher é bicho vingativo: meteu gostoso com o amante em cima do capô num drive-in de quinta categoria. Deixou marcas de corpos e sêmen ofuscando o brilho da lataria. Mas ante de ir para casa mandou o carro ao lava-rápido. A vingança era íntima.
Gostei dos contos. Mandou bem, virjão!
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